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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
A terça-feira foi o primeiro dia de aula nos colégios estaduais e o Diário acompanhou a manhã de duas instituições de Santa Maria. A reportagem esteve nas escolas Dr. Fernando José Coser, no Bairro Lorenzi, e Antônio Xavier da Rocha, no Bairro Itararé. O clima é de esperança entre profissionais da educação, que pedem a valorização do professor e aguardam melhorias, tanto na grade curricular, quanto no corpo docente.
A Escola Dr. Fernando José Coser retomou o 2020 letivo com pensamento positivo. Segundo a diretora, Adelina de Fátima Monteiro Tavares, a expectativa é de que não tenha mais motivo para os professores fazerem greve, e que tudo siga de forma tranquila, como foi o primeiro dia de aula.
- Nós temos 63 alunos matriculados. O transporte deles, fornecido pelo governo estadual, está funcionando direitinho já no primeiro dia, com a maioria dos alunos beneficiados. Estamos com o quadro de professores quase completo, faltando apenas um professor de língua portuguesa. E os repasses das verbas estão todos ok - diz a diretora.
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Segundo ela, a única mudança que acontece na escola em 2020 é na questão do tempo de duração de cada período de aula. Antes, cada turno tinha cinco períodos de 50 minutos, e agora passa a ter quatro períodos de 60 minutos para a educação especial. No total, são 800 horas/aula anuais, divididas em 200 dias letivos. O Ensino Médio, na modalidade magistério, continua com carga horária igual à dos anos anteriores, ultrapassando mil horas em sala de aula.
A coordenadora pedagógica e professora de geografia, Márcia Dallasta Caetano, deseja que o ano seja de muito aprendizado, mas, acima de tudo, que o professor seja valorizado e que o governo estadual pague os salários em dia.
- A gente vê que o professor tem uma função muito especial na sociedade, mas infelizmente isso ainda passa despercebido. Precisamos que o governo olhe para nós e para a escola pública com mais cuidado. E que nós, alunos e professores, tenhamos um ambiente agradável e favorável ao aprendizado - diz.
RECURSOS
Na Escola Antônio Xavier da Rocha, o clima vem pautado por novidades na base curricular, mais especificamente em relação à carga horária das disciplinas - que assim como na Fernando Coser, passa a ter quatro períodos de 60 minutos - e também, em relação ao acréscimo de componentes curriculares, como as disciplinas de projeto de vida e produções interativas.
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O diretor da escola, Cícero dos Santos Alves, conta que, com essas mudanças, a instituição está com necessidade de novos professores, tanto para séries iniciais, quanto para séries finais. Perguntado sobre o repasse de verbas, o diretor é enfático em dizer que o repasse não é suficiente para todas as necessidades da instituição:
- O grande problema da escola do Estado é a questão da manutenção, porque a verba é pouca. Toda a estrutura requer manutenção frequente. O fator climático, como as chuvas, pode nos trazer transtornos que geram gastos recorrentes. Outra coisa que entra no cálculo da verba para manutenção é a segurança da escola. A gente precisa contratar empresa de monitoramento, pois já fomos alvo de arrombamentos. Isso tudo custa caro e também entra na conta da verba destinada à manutenção.
A professora de Educação Infantil anos iniciais Eliane Barbosa Soares estava animada na primeira manhã com sua turma do 1º ano. Segundo ela, este é um momento de acolhimento, em que os alunos se conhecem, criam laços e se acostumam com o ambiente de estudo.
- Estamos com expectativa de um ano letivo sem contratempos. As crianças chegam em sala de aula com tanta motivação, que mesmo com todas as dificuldades do professor, torna essa volta gratificante - conta.
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Da mesma forma que a professora Márcia, da Escola Fernando Coser, Eliane também pede a valorização do professor.
- Somos agentes de transformação numa sociedade caótica. Sei que é um momento de uma grande crise, mas se não partir pela educação, como vamos transformar a sociedade? Quem está no poder, que olhe com carinho para o nosso trabalho e valorize o que realmente é importante - aponta a professora.
Das nove escolas que estavam com início de ano letivo previstos para esta terça-feira, duas já haviam começado as atividades antes por funcionarem na modalidade de ensino contínuo: Mário Quintana e Julieta Balestro.
Entre quarta e quinta-feira, cerca de 20 mil alunos da rede municipal também retornam às aulas.